Por Arthur Castro. Focos Pro |
Eu
faço verso
Porque
falar já não sei mais
Eu
faço filme
Porque
viver
Não
me traz razões cruciais
E
em ti penso
Com
ânsias descomunais
Eu
passo mal
Pois
mal não consigo ser
A
tristeza que me calha
É
aquela
Que
não consigo descrever
Maldito
seja o poeta que disse
Que
“não há você sem mim
E
eu não existo sem você”
Eu
faço cena
Pra
ganhar um beijo teu
Até
achava
Que
eras o meu Romeu
E
que te encontrei na porta
Do
insano Ateneu
Eu
sei amar
Como
quem não ama nada
Eu
sei chorar
Como
quem chora por saudade
Eu
sou criança
Com
a inocência da verdade
Não
me transmita
Sua
descomunal paciência
De
achar que sou passível
Nas
minhas maiores confidências
Derramando
sobre mim o teu fel
Com
profunda transparência
Cansada
de ti
Já
estou
Cansada
por inteiro
Eu
sei que teus lábios beijo
Depois
do tal cinzeiro
E
Anjos me disseram
“Que
em minha boca tu escarras”
Como
quem é derradeiro
Bocas
pobres, mal amadas
Que
meus ouvidos atormentam
Logo
eu, tão avisada
Não
entendi um tal mexeriqueiro
Falando
quem em minha boca tu escarras
Dito
cujo, boateiro
O
escarro é um veneno
Que
se acomete a qualquer beijo
E
que toma de conta
Do
vosso corpo por inteiro
É
o germe do coração
A
doença do ano inteiro
Só
que até o pôr-do-sol
Se
encerra com um beijo.
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