23 de setembro de 2013

Sarau virtual

Hoje em dia, as redes sociais são “praticamente” uma parte de nossas vidas que se constitui virtualmente (aqui está o exemplo de quem vos fala). Embora haja uma grande superficialidade de informação, elas também para grandes descobertas. Veja o que a postagem de um poema pode fazer quando unimos causas em comum- a magia da arte, a paixão pela literatura e o poder da crítica.

[ Como não me ocorreu um título mais convincente...]

Sarau virtual
Thiago Monteiro:

Martírios que Vital em festa permuta

pegai os recitos e as anduras
de quem brinca com o divino.

Trocai a lança pelo sino
e dobre pro lado de cá.
Quem sabe nessa atônica melodia
se deixe a fantasia
que o mundo não pode mudar.

Permute, que mudeza aqui não há vez
já fomos filhos da mãe e da embriaguez
não nos permita deixar de lutar.

Clave! Com força a clava amiga
e com tamanha antonímia, a inimiga
que sangue faz bem também.

Nasci com espírito de revolta
mas já cansei de tanto bater porta
e ninguém abrir para conversar.

Preciso de força, meus amigos
a minha já não me é sucinta
vamos juntos terminar a sina
daqueles que querem cantar.

Não deixeis, prevalecer em claros braços
e se caíres no regaço, não temas!
A revolução está para começar.

Ouçam os recados e os muros pixados
o timbres raivosos e os mais calados
e nessa harmonia fazei seu nome.

Como homem de família bem quista
que termina a vida bem vivida
em mastros azuis, talvez coloridas
são traços comuns, a uma vida de conquistas.

Espero-lhe do outro lado,
com a cana na mão e o hino cantado
em troças melodias de cana de Leite.

E terminando o deleite, vos convoco
a encher a taça e mais um copo.
pois, Moreira, já tardou a chegar
e se for pra vencer e pra ganhar
que seja com vocês.
Meus amigos, meus irmãos!


Lindeberg Vital:

Amigo aliado,
desculpai-me,
pois pelado estou para a luta vindoura.
Por mais que vontade não me falte
de sair a luta
sem armadura.

Thiago Monteiro:

Pois venha que de pele somos dois
temos ossos e depois
seremos o que pudermos ser.

Podem esfolar as tripas,
magrelas andarilhas,
mas não vão me tirar a vontade
de no mundo me meter.

Sei que somos fortes,
não somos filhos da terra,
somos filhos do norte
e nossas raízes precisamos defender.

Já cansei dessa estrutura
que destrói tanto a criatura
e o mundo sem merecer.

Lindeberg Vital:

Mas os urubus me querem em alto-mar
sem tempo para pensar
sem tempo para confabular.
E além de todas as dificuldades,
ainda estou ferido
fundo no peito
por facada mórbida e sem sentido
com veneno definhador.

Thiago Monteiro:

Preciso de força, e a ti o peito peço
pode não ser de aço ou de ferro.
Mas muito irá me ajudar,
preciso de presidente e de general
e quem seria melhor para tal
que meu amigo vital?

Se é do veneno que tens medo,
relaxa e digo em respeito
que não muito mais inteiro
estou aqui também.

Mas lembrai dos filósofos, amigo bravo
Sócrates, o calistrato
que cicuta bebeu em prato
mas não deixou de se defender.

Lindeberg Vital:

Sei de um antídoto
que cura alma e coração.
Veneno não restará
depois que acabarmos de brindar.

Thiago Monteiro:

Que venha a cachaça, o mel e o limão.
Que o dia termina em oração
pros versos que vou contar:
Se as águas do mar fossem tinta,
as areias de papel pautado,
os peixinhos contabilistas
daqueles bem diplomados ...
Que de dia , gostam da noite
e na noite são bem aprovados.

Lindeberg Vital:

Compilando

Thiago Monteiro:

Que deixem seus recados
nos muros e murais alheios
que façam da terra o centeio
que irão colher um dia.

Ezequiel Martírios

Já aprendi amarrar meu cadarço

Thiago Monteiro:

E nesse pé antes descalço
faço chão e areia de mim.
Mas pra que calçado, se não for em par
por isso vim salientar, amigo estou aqui!

Aguentar contigo essa aventura
mesmo que toda lonjura me impeça de prosseguir.
Me farei em versos de Lira e nesse trocadilho
vou brincar de existir.

Não importa se me faço sujeito
se desse jeito não mudo jamais.
Quero pegar o mundo e montar minha rede
não aqui, mas em outros coqueirais.

Ezequiel Martírios:

Vou seguindo sem medo
sei a direção desde o começo.
E não me dói mais a solidão,
eu já conheço a sensação.

Vou procurar a liberdade
o maior anseio dos homens.
E quando encontrá-la
vou agarrá-la do jeito que sonhei,
sem pensar no que perdi ou ganhei.

Thiago Monteiro:

Oh, meu bravo companheiro
Se vinheres por inteiro
seria do melhor grado.
Nesse barco teremos histórias
e encontraremos tudo que for buscado.

Se és liberdade que queres,
não posso prometer agora,
mas prometerei a estrada certa
e com você estarei sem demora.

Porque procuro na vida tranquilidade
e quem sabe, na verdade,
não mesma coisa buscamos.
Quem sabe da vida o que preciso
não sabe por que ramos.

Aceito sim sua ajuda
e com minha ajuda pode contar.
Vem comigo por esses mares
que muitos jamais ousaram velejar.

Ezequiel Martírios:

Busca aquilo que não conheces
sem saber o que sentes.
Mas só encontrará seu caminho
se andares sozinho.

Thiago Monteiro:

Não conheces a teoria:
almas gêmeas, almas amigas.
Quem sabe se para encontrar as águas certas
precisarás andar comigo?

Ezequiel Martírios:

Muitas águas ainda virão
 é inevitável a solidão.
Mas um amigo ao lado
é sempre necessário.

Júlia Helena:

É de amigo em amigo
que se constrói a muralha,
e que se derruba também.
Não temam, bravos amigos
a guerra é o que aqui nos mantém.

Se a batalha não se deu por vencida
outras ainda estão por vir.
O exército é forte e prudente
não deixais nunca de persistir!

Thiago Monteiro:

Helena , bela guerreira
seu reforço veio a calhar.
tu que cria amazonas
veio também nos auxiliar.

Agora me diga, dama faceira
Por que nessa guerra
dianteira vinheste tomar ?

Só há morte e aparição
dói ate meu coração
o muito que vamos enfrentar.

Por que tu, dama de dois mundos
vinhestes a esse moribundo se juntar ?


Júlia Helena:

Porque não existem audazes cavaleiros
sem perspicazes mentes de damas
e fracos corações
para esta luta apaziguar.

Venho a este lúgubre lugar
no intuito de confortar
o que toda braveza terá que enfrentar.

Não tenho forças para vestir armadura,
mas tenho um povo por zelar.
De que adianta tanta guerra
Se não haverá vitória retornando ao lar?

Davi Moreira:

Que a estrada venha sempre até nós,
que o vento esteja sempre a nosso favor.
Que haja sempre um copo de cachaça em nossa mão
e que esteja ao nosso lado um grande amor!

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