18 de setembro de 2013

Coffee break

Talvez seja mesmo uma mania. Mas, que atire a primeira pedra quem de nós não é dotado delas. O caso é que, essa coisa de observação e pensamento já está saindo do alcance do controle remoto, porque de fato, voltamos a era marsupial. Então você se sente o único ser a fazer essas observações notórias, que ao mesmo tempo não têm sentido algum, porém, deixam a vida com um gosto bem especial.
Não tenho o mínimo desprazer em fazer programas do tipo - cinema, cafezinho, livraria, teatro e outras coisas do gênero - comigo mesma. Acho até mais interessante, uma vez que você pode dar atenção ao verdadeiro propósito de estar ali. Alguns dirão que não passa de uma fase de plena solidão, o que na verdade não deixa de ser, mas às vezes, a solidão em si pode ser uma companhia bem melhor.
Blog FocosPro
Diria que interpreto essa ação como uma visão terapêutica da coisa- você olha ao redor, e fica tentando imaginar tudo que está por trás das ações e figurinos fantasiosos das pessoas que te cercam. Como já diria Boonaa Mohammed “If the whole world was blind, how many people would you impress?” (Se o mundo inteiro fosse cego, quantas pessoas você impressionaria?). A segunda opção é simplesmente tenta imaginar de onde veio aquele dom extremo da pessoa que preparou aquele café, enquanto o carinha do lado “olha para o modo como você folheia as páginas do livro”.
Claro, sem saber ele, que enquanto você ler o livro, sente o delicioso sabor do café, tenta descobrir o dom da pessoa que o preparou, respira aquele ambiente, pensa como vai ser o seu futuro a partir daquela situação e imagina como vai se enrolar pra explicar isso aqui. Creio que se ele pudesse ler seus pensamentos, com certeza, nunca teria olhado nem de lado.
A verdade é que a única coisa que fica é o café. O cheiro, o momento, as letras, o lugar, e você sempre vai lembrar “daquele dia, no café do...”. Pode ser o café, o milkshake, a tapioca, o chocolate, entre tantas outras coisas engordativamente maravilhosas. Veridicamente irá haver uma sucessão de coisas na vida que vão te fazer lembrar como foi bom, ou como foi ruim. E certas vezes, o ruim ainda vem acompanhado de alguns risos.
O sentido de cada momento, a vida sempre se encarrega de dá. Mas, aquela coisa de ser criança na ironia das ocasiões, deixa tudo mais prazeroso. É como se você provasse sorvete pela primeira vez num dia de calor, ou experimentasse limão. Tudo é altamente relativo a sua vontade de fazê-lo e de sentir prazer naquilo que faz. Valendo sempre a regra de que “por mais simples que seja o ato”.
O tom do mundo varia de acordo com a sua janela. E a sua janela vai depender do seu olhar.

Júlia Helena

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