28 de março de 2013

Perodicamente para sempre



E quem disse que sou atemporal? Meu tempo é tão presumido quanto as fúnebres marcas dos meus olhos de ressaca. Eis outra verdade sobre a minha face.
Se estes olhos realmente são de ressaca, na verdade, não tenho certeza. Falaram-me isso outro dia. O fato é que me sinto tão sóbria como não acontecia há muito tempo. Porém, esta sobriedade só toma conta do meu interior, o que não faz com que eu enxergue o mundo com a visão de um antigo grego.
Ainda não consegui decifrar a psiquet do meu tempo. Se alguns afirmam que a cronologia não falha, até posso aceitar. Entretanto, minha cabeça não tem relógio certo. Sempre se atrasa na hora errada. Sempre se adianta nos segundos mais inapropriados. Esses ponteirinhos realmente são muito decisivos em nossos pedaços de existência.
Aquela história de que a partir do momento em que nascemos já estamos a falecer não vem de outro lugar. O tempo às vezes se parece um pouco com aquela tia chata, o cunhado mal-educado ou a sogra metida.
Contudo, fazendo uma ligeira analogia a uma situação de enfermidade, onde muito se passa pela cabeça das pessoas “Aproveite seus últimos dias de vida”, entramos numa séria contradição em que muito não se pensa.
Se a partir do momento em que nascemos, imediatamente já estamos a morrer, a vida em si já se trata dos seus últimos dias. Quando o caro Russo dizia que “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade não há” não se tratava apenas de mais algumas palavras de cunho sentimental e melódico. A coisa é mais lógica do que poderíamos imaginar.
Sentimo-nos num eterno final de tarde, como se fosse a última vez que o sol fosse aparecer, mas sempre na ânsia de que sua luz irá voltar. Porque até o sofrimento e a angústia tem de ser vivido de forma intensa. Não se pode esquecer da trépida rapidez dos bons momentos. A confiança de um abraço, o ardor de um beijo e a serenidade de um olhar, momentos que poderiam durar para o resto da eternidade.
A infância muitas vezes também se eterniza em nossas mentes. A inocência talvez traga consigo todas essas boas sensações juntas em um só tempo, de uma só vez. É uma pena que ainda não fossemos dotados da sabedoria para entender que tudo isso acaba rapidamente. Talvez depois disso, o amor e suas peripécias venham como forma de aniquilar a falta que a doçura da infância nos faz. Quem sabe nossa alma ainda seja de uma eterna criança, mas nossa cabeça nos torna “gente grande” e acaba por nos trazer para a realidade.
O real às vezes é feio. Quem me dera pudesse acreditar para sempre nas princesas encantadas ou nos super-herois de histórias em quadrinhos. Todavia, isso tudo é muita teoria barata. Sempre gostei mais do Flicts e dos anti-herois.
Apenas uma coisa é certa- somos escravos da nossa própria consciência. E apenas quem está com a mente aberta para viver cada dia de forma única é que será capaz de tal proeza. Há muitas coisas na linha tênue do infinito para serem desvendadas. Há muitos heróis de carne e osso para serem descobertos.
Paralisar não é a solução. Enquanto existir um coração que bate e uma mente que pensa, estaremos no eterno movimento do navio- agoniante e com uma maravilhosa vista para o que não há explicação.

22 de março de 2013

Nua e crua- Quem será?



Os folhetins atuais não nos deixam enganar, cada vez mais tem sido terrivelmente difícil se chegar a uma verdade conclusiva. Não há muitos que parem para se perguntar – Enfim, este é o final da história?  Ou é o término de mais um parágrafo? 
Estamos sendo assediados por incertezas que nos trazem cada vez mais dúvidas, o que não nos é poupado pela mídia, uma vez que o sensacionalismo bate como um martelo sobre nossas cabeças.  Nunca nossos pensamentos foram tão tidos como “moeda de troca” quanto ultimamente. Pois é, sois produto do meio. Falo por vós, sim, pois não me considero escrava da notícia. Espero que ao término dessas humildes palavras, você que me lê, também não.
Poderia citar milhões de situações, mas, como não quero me demorar, vamos aos assuntos mais recentes. Não é nada difícil adivinhar quais seriam- Hugo Chávez, Renúncia de Bento XVI e o Enem. Três exemplos de verdades catastróficas.
Começando pelo amado e temido ditador (ou seria temido e amado?). Hugo Chávez, que morreu numa terça-feira (05/03), de fato já estava morto há algum tempo, mas se fazia mais vivo e presente que o nosso ex-presidente. Com a confirmação de óbito e o fim das esperanças de alguns venezuelanos, iniciou-se mais um dilema mundial. Voltamos a antiga teoria de que alguém importante não consegue gerar tanto ibope para a mídia do que quando é anunciada sua morte. De fato, muitos estão prestando suas últimas homenagens a alguém admirado. Outros, respeitando a morte de um líder. Existem também aqueles que nunca ouviram falar do falecido, porém, enchem suas redes sociais de hashtags de #luto. Encontramos também as “Maria vai com as outras” que em sua maioria, seguem o sensacionalismo. Por hora, irei me deter ao último caso. Você já parou um pouco para pensar porque a morte do presidente venezuelano foi tão repercutida? Ou porque nos vimos rodeados de imagens de pessoas chorando ao seu túmulo e outras comemorando sua morte? Senão fizeram isso, creio que deveriam refletir sobre os fatos. O vídeo abaixo é claro e irá transmitir fielmente minha opinião sobre o assunto:

A segunda questão seria a renúncia do ex-papa Bento XVI. Pobres calouros do assunto àqueles que acreditam que a autoridade máxima do catolicismo deixou o seu cargo por questões de saúde. Na maioria das vezes, e como mostra a história, problemas de ordem física só fazem aumentar a fé e a popularidade entre pontífice e povo. Sem sombras de dúvidas podemos afirmar que Bento XVI não foi o papa mais apreciado de todos os tempos. Entretanto, quem poderia ser o responsável por uma possível mudança drástica na instituição que mais tem fieis no mundo e que está os perdendo com uma velocidade indiscutível, devido a quantidade de escândalos, senão fosse o seu líder máximo? A atitude precisava ser tomada, e ela foi. Mas o sucessor de João Paulo II não deixou que seus conceitos de “moral e ética” religiosa fossem modificados. Após anunciar a renúncia, afirmou que iria ficar “escondido do mundo”. Seria um ato de resguarda ou vergonha?
Entrando para o âmbito nacional, como é de praxe, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) teria que dar o ar da sua graça em relação às últimas provas. E esse ano, a charada da vez aconteceu com as redações. Como muitos já devem ter visto, a famosa redação “Receita do miojo” não poderia deixar de ser citada. Poderia passar horas dizendo que estou indignada com a correção, que isso é um absurdo, que o corretor deveria ser preso... Contudo, se trata de algo bem mais interessante. A pessoa que teve a brilhante ideia de fazer essa redação realmente queria criticar os critérios de avaliação da prova. Vários outros professores e corretores fizeram a análise do texto e verificaram que de acordo com as competências e critérios de avaliação, a nota realmente era 560 pontos. O único erro do corretor, foi não ter percebido que havia um trecho com cópia do texto de apoio. Quero parabenizar e pedir uma salva de palmas ao caro estudante e a sua brilhante crítica, que nos faz pensar não somente sobre a correção da prova que nos dar a porta de entrada para o mundo universitário, mas também sobre a qualidade do ensino brasileiro. Embora digam que não existam provas sobre a real intenção de se colocar um parágrafo com uma receita de miojo numa redação aparentemente com bom conteúdo e com conclusão, é mais que óbvio enxergar tal fato a não ser a crítica que ele faz ao sistema. Percebemos que somos os peixes da nossa própria rede, o Estado é falho, de fato, mas, de onde começa o erro?
             Portanto, embora muitas de minhas perguntas possam ser enxergadas como retóricas, não as encare de tal forma. Como falei no início, espero que não sejam escravos da notícia e do sensacionalismo.

15 de março de 2013

Dica para o final de semana!

Fazem algumas semanas que eu não ando postando muitas coisas por aqui... É que como diria o imortal Cazuza "O tempo não para". E tem horas que a rotina louca não nos deixa nem os restos de suspiros. Porém, hoje é um novo dia.
Bom, conheci uma pessoa a qual estou virando completamente fã dos seus vídeos e, principalmente, da sua voz. O gosto musical e as músicas escolhidas são simplesmente fantásticos, em especial, algumas reproduções de Maria Gadú (acho que não preciso falar nem sobre o resto). A música é uma forma sensacional de expressão de sentimentos, de liberdade interna. Acho que até aqueles mais frios e calculistas, ao menos uma única vez na vida, já conseguiram se deixar levar pelo som de uma canção. O dia começa mais feliz, a tristeza encontra um recanto, o amor se perde nas palavras.
"Somos de feitos de carne, mas vivemos como se fôssemos de ferro". Há dois séculos atrás Freud fez essa citação. Esse é o momento que você para e pensa: Se há tanto tempo, já se faziam esse tipo de menção, imagine o que podemos pensar dos dias atuais? Pois é, triste humanidade, sempre querendo complicar tudo, sempre em busca dos erros e perdendo cada vez mais as soluções.
O fato é que muitos acreditam num ciclo vicioso. Atualmente, já não vejo mais isso. Somos surpreendidos o tempo inteiro. A força que os prende si em  mesmo , é a mesma que vos faz seguir em frente. Em meio a tudo isso, deixamos de apreciar as coisas d'alma, as formas mais espontâneas de enxergar que a vida pode ser bem mais bela. Acredito imensamente nos jovens que se dispõe a esse tipo de iniciativa, mesmo que a juventude seja algo tão banalizado nos dias de hoje.
Não existe nada mais gratificante do que a nova porta que a arte abre sobre as nossas mentes.
O vídeo acima é a música "Escudos" da majestosa Gadú. Se vocês quiserem conferir outros vídeos, é só buscar por Luiza Fittipaldi no Youtube.
P.S.: A quantidade de acontecimentos brasileiros e mundiais recentemente levará a muitos posts. Aguardem!