13 de fevereiro de 2013

Dez mais seis


Dezesseis não é mais quinze. Também não é dezessete, nem muito menos dezoito. É um pouco depois do início. É como se fosse o meio do meio do caminho andado no tabuleiro.
Dezesseis não é doce nem amargo, não é duro nem mole, não é fácil nem difícil.
É onde a irresponsabilidade da afetuosa infância começa a desaparecer. É quando o mundo já não é visto com os mesmos olhos sutis.
Dezesseis é aquele momento em que você começa a perceber que o esforço para apagar as velas tem que ser maior.
Está ficando mais perto de ser adulto, e mais distante de ser criança, mesmo que teus pais ainda te chamem de meu bebê. É que a gente nunca cresce para os nossos pais.
É a fase da negociação de liberdade, dieta de inocência, gula de descobertas, sede de revolução, cárcere de responsabilidades.
“As tardes não são mais fagueiras e não há mais sombras de bananeiras ou laranjais”. Isso era quando eu tinha “Meus oito anos”. Agora tenho o dobro.
Porém, ainda morremos de rir. Rimos até da morte.
Vimos o despontar da catapulta. Resta saber o destino dos ventos.
E que ansiosos ventos! Chegamos a soprar junto a eles. São as tais andorinhas que nos deixam inquietos.
Vencemos pela impaciência. Entretanto, também somos arruinados por ela.
É mais um dia. Um dia que calculam dezesseis anos desde aquela data.

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