21 de fevereiro de 2013

IV. Acidez


É que a menina já não sabe mais amar. O suco que lhe restou foi feito com laranjas ácidas.
A dor que o peito no peito lhe corrompe, é de nunca ter experimentado o doce do amor. Aquele inesperado, empolgante, frenético e reconstrutivo.
Apenas lhe foi outorgada esta lei. Pois foi assim que disseram que ela tinha que ser. E agora confundem a pobre cabeça da ré dizendo que ser assim já não é mais tão bom.
Por Júlia H. Cativando-se. 
Ela fagocita o ar e corrobora mais uma vez dentro de si o que já não é mais novidade.
Valente? Só a carapaça. Não passava de mais uma mera mortal.
O brilho dos olhos e a chegada de sol eram o que lhe transmitia forças para mais uma batalha. Para ela, não havia nada mais belo que a natureza vos pudesse proporcionar. Os desconcertados risos e os abraços inesperados a deixavam tola. Que pena, era apenas Valentina. A simples moça do restaurante da esquina. Tinha o mundo na cabeça e migalhas nas mãos.

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