22 de março de 2013

Nua e crua- Quem será?



Os folhetins atuais não nos deixam enganar, cada vez mais tem sido terrivelmente difícil se chegar a uma verdade conclusiva. Não há muitos que parem para se perguntar – Enfim, este é o final da história?  Ou é o término de mais um parágrafo? 
Estamos sendo assediados por incertezas que nos trazem cada vez mais dúvidas, o que não nos é poupado pela mídia, uma vez que o sensacionalismo bate como um martelo sobre nossas cabeças.  Nunca nossos pensamentos foram tão tidos como “moeda de troca” quanto ultimamente. Pois é, sois produto do meio. Falo por vós, sim, pois não me considero escrava da notícia. Espero que ao término dessas humildes palavras, você que me lê, também não.
Poderia citar milhões de situações, mas, como não quero me demorar, vamos aos assuntos mais recentes. Não é nada difícil adivinhar quais seriam- Hugo Chávez, Renúncia de Bento XVI e o Enem. Três exemplos de verdades catastróficas.
Começando pelo amado e temido ditador (ou seria temido e amado?). Hugo Chávez, que morreu numa terça-feira (05/03), de fato já estava morto há algum tempo, mas se fazia mais vivo e presente que o nosso ex-presidente. Com a confirmação de óbito e o fim das esperanças de alguns venezuelanos, iniciou-se mais um dilema mundial. Voltamos a antiga teoria de que alguém importante não consegue gerar tanto ibope para a mídia do que quando é anunciada sua morte. De fato, muitos estão prestando suas últimas homenagens a alguém admirado. Outros, respeitando a morte de um líder. Existem também aqueles que nunca ouviram falar do falecido, porém, enchem suas redes sociais de hashtags de #luto. Encontramos também as “Maria vai com as outras” que em sua maioria, seguem o sensacionalismo. Por hora, irei me deter ao último caso. Você já parou um pouco para pensar porque a morte do presidente venezuelano foi tão repercutida? Ou porque nos vimos rodeados de imagens de pessoas chorando ao seu túmulo e outras comemorando sua morte? Senão fizeram isso, creio que deveriam refletir sobre os fatos. O vídeo abaixo é claro e irá transmitir fielmente minha opinião sobre o assunto:

A segunda questão seria a renúncia do ex-papa Bento XVI. Pobres calouros do assunto àqueles que acreditam que a autoridade máxima do catolicismo deixou o seu cargo por questões de saúde. Na maioria das vezes, e como mostra a história, problemas de ordem física só fazem aumentar a fé e a popularidade entre pontífice e povo. Sem sombras de dúvidas podemos afirmar que Bento XVI não foi o papa mais apreciado de todos os tempos. Entretanto, quem poderia ser o responsável por uma possível mudança drástica na instituição que mais tem fieis no mundo e que está os perdendo com uma velocidade indiscutível, devido a quantidade de escândalos, senão fosse o seu líder máximo? A atitude precisava ser tomada, e ela foi. Mas o sucessor de João Paulo II não deixou que seus conceitos de “moral e ética” religiosa fossem modificados. Após anunciar a renúncia, afirmou que iria ficar “escondido do mundo”. Seria um ato de resguarda ou vergonha?
Entrando para o âmbito nacional, como é de praxe, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) teria que dar o ar da sua graça em relação às últimas provas. E esse ano, a charada da vez aconteceu com as redações. Como muitos já devem ter visto, a famosa redação “Receita do miojo” não poderia deixar de ser citada. Poderia passar horas dizendo que estou indignada com a correção, que isso é um absurdo, que o corretor deveria ser preso... Contudo, se trata de algo bem mais interessante. A pessoa que teve a brilhante ideia de fazer essa redação realmente queria criticar os critérios de avaliação da prova. Vários outros professores e corretores fizeram a análise do texto e verificaram que de acordo com as competências e critérios de avaliação, a nota realmente era 560 pontos. O único erro do corretor, foi não ter percebido que havia um trecho com cópia do texto de apoio. Quero parabenizar e pedir uma salva de palmas ao caro estudante e a sua brilhante crítica, que nos faz pensar não somente sobre a correção da prova que nos dar a porta de entrada para o mundo universitário, mas também sobre a qualidade do ensino brasileiro. Embora digam que não existam provas sobre a real intenção de se colocar um parágrafo com uma receita de miojo numa redação aparentemente com bom conteúdo e com conclusão, é mais que óbvio enxergar tal fato a não ser a crítica que ele faz ao sistema. Percebemos que somos os peixes da nossa própria rede, o Estado é falho, de fato, mas, de onde começa o erro?
             Portanto, embora muitas de minhas perguntas possam ser enxergadas como retóricas, não as encare de tal forma. Como falei no início, espero que não sejam escravos da notícia e do sensacionalismo.

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