Os folhetins atuais não
nos deixam enganar, cada vez mais tem sido terrivelmente difícil se chegar a
uma verdade conclusiva. Não há muitos que parem para se perguntar – Enfim, este
é o final da história? Ou é o término de
mais um parágrafo?
Estamos sendo assediados por incertezas que nos trazem
cada vez mais dúvidas, o que não nos é poupado pela mídia, uma vez que o
sensacionalismo bate como um martelo sobre nossas cabeças. Nunca nossos pensamentos foram tão tidos como “moeda de
troca” quanto ultimamente. Pois é, sois
produto do meio. Falo por vós, sim, pois não me considero escrava da notícia. Espero que ao
término dessas humildes palavras, você que me lê, também não.
Poderia citar milhões de situações, mas, como não quero
me demorar, vamos aos assuntos mais recentes. Não é nada difícil adivinhar
quais seriam- Hugo Chávez, Renúncia de Bento XVI e o Enem. Três exemplos de
verdades catastróficas.
Começando
pelo amado e temido ditador (ou seria temido e
amado?). Hugo Chávez, que morreu numa terça-feira (05/03), de fato já
estava morto
há algum tempo, mas se fazia mais vivo e presente que o nosso
ex-presidente.
Com a confirmação de óbito e o fim das esperanças de alguns
venezuelanos, iniciou-se mais um dilema mundial. Voltamos a antiga
teoria de que alguém
importante não consegue gerar tanto ibope para a mídia do que quando é
anunciada
sua morte. De fato, muitos estão prestando suas últimas homenagens a
alguém
admirado. Outros, respeitando a morte de um líder. Existem também
aqueles que
nunca ouviram falar do falecido, porém, enchem suas redes sociais de
hashtags de
#luto. Encontramos também as “Maria vai com as outras” que em sua
maioria,
seguem o sensacionalismo. Por hora, irei me deter ao último caso. Você
já parou
um pouco para pensar porque a morte do presidente venezuelano foi tão
repercutida? Ou porque nos vimos rodeados de imagens de pessoas chorando
ao seu
túmulo e outras comemorando sua morte? Senão fizeram isso, creio que
deveriam
refletir sobre os fatos. O vídeo abaixo é claro e irá transmitir
fielmente
minha opinião sobre o assunto:
A segunda questão seria
a renúncia do ex-papa Bento XVI. Pobres calouros do assunto àqueles que
acreditam que a autoridade máxima do catolicismo deixou o seu cargo por
questões de saúde. Na maioria das vezes, e como mostra a história, problemas de
ordem física só fazem aumentar a fé e a popularidade entre pontífice e povo.
Sem sombras de dúvidas podemos afirmar que Bento XVI não foi o papa mais apreciado
de todos os tempos. Entretanto, quem poderia ser o responsável por uma possível
mudança drástica na instituição que mais tem fieis no mundo e que está os
perdendo com uma velocidade indiscutível, devido a quantidade de escândalos,
senão fosse o seu líder máximo? A atitude precisava ser tomada, e ela foi. Mas
o sucessor de João Paulo II não deixou que seus conceitos de “moral e ética” religiosa
fossem modificados. Após anunciar a renúncia, afirmou que iria ficar “escondido
do mundo”. Seria um ato de resguarda ou vergonha?
Entrando para o âmbito
nacional, como é de praxe, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) teria que
dar o ar da sua graça em relação às últimas provas. E esse ano, a charada da
vez aconteceu com as redações. Como muitos já devem ter visto, a famosa redação
“Receita do miojo” não poderia deixar de ser citada. Poderia passar horas dizendo
que estou indignada com a correção, que isso é um absurdo, que o corretor
deveria ser preso... Contudo, se trata de algo bem mais interessante. A pessoa
que teve a brilhante ideia de fazer essa redação realmente queria criticar os
critérios de avaliação da prova. Vários outros professores e corretores fizeram
a análise do texto e verificaram que de acordo com as competências e critérios
de avaliação, a nota realmente era 560 pontos. O único erro do corretor, foi
não ter percebido que havia um trecho com cópia do texto de apoio. Quero
parabenizar e pedir uma salva de palmas ao caro estudante e a sua brilhante
crítica, que nos faz pensar não somente sobre a correção da prova que nos dar a
porta de entrada para o mundo universitário, mas também sobre a qualidade do
ensino brasileiro. Embora digam que não existam provas sobre a real intenção de
se colocar um parágrafo com uma receita de miojo numa redação aparentemente com
bom conteúdo e com conclusão, é mais que óbvio enxergar tal fato a não ser a
crítica que ele faz ao sistema. Percebemos que somos os peixes da nossa própria
rede, o Estado é falho, de fato, mas, de onde começa o erro?
Portanto, embora muitas
de minhas perguntas possam ser enxergadas como retóricas, não as encare de tal
forma. Como falei no início, espero que não sejam escravos da notícia e do
sensacionalismo.
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