Como se
pudesse adentrar no calor de minh’alma
Controle
remoto para euforia
Silêncio
profundo que não se acaba
O vento
assobia
E deixa um
sussurro
Da poeira e
melancolia
Do meu velho
Dom Casmurro
Que me serve
de companhia
Na insônia
que empurro
Com esses
versos de cortesia
Até escutar
o primeiro urro
Que não sei
se vem de mim
Ou da
memória que ainda me falha
Ei, você aí
Presta atenção
na minha mania
Na mania que
tenho de ti
Quantas pétalas
no chão
Caíram no ‘mal
me quer’
Prendo a
respiração
Mas é que um
lento suspiro
Está preso
em mim como um furacão
Escuta só o
grito do meu silêncio
E não me
deixes sonhar em vão
Tenho padecido
na ausência tua
Noites em
claro
Procurando na
lua
A verdade
Que de
verdade
Está guardada
contigo a sete chaves
Ah, coração
Ancorou este
navio
Dentro do
meu peito
No qual eu
me deleito
Nesses versos
sutis
Pois mais
vale um amor não correspondido
Vale também
Um amor
proibido
O que nada
vale
É um amor
corrompido
De que adiantam
estas belas máscaras
Se dentro de
tu
O fiel
sentimento não perpassa
A minha
tamanha indignação
Sou escrava
do meu eu
Sou escrava
da escuridão
De quem
venda os meus olhos
E me tira um
pedaço de chão
Diz-me os
teus “segredos de liquidificador”
Prometo ser
a menina dos teus olhos
E sempre ser
a tua flor
Só quero
saber onde estás
Não me deixa
a flor da pele
Meu “codinome
beija-flor”
É que essa
saudade
Transporta-me
para a realidade
Que ao menos
não vivi
Porque tranquilidade
É sinônimo
de ter-te aqui
O problema
não é a pele
Nem a carne
fraca
A questão
talvez seja
Esse mundo
corriqueiro
Em que o
amor de todo mundo
Se desfaz o
ano inteiro
E se refaz
de um jeito
Que nem a
filosofia explica
Ou a ciência
entende
Amor aqui
nesta terra
É igual a
barraca do beijo
Se paga pelo
momento
Avalia-se
pela peça
E pelo
investimento
Por isso que
amo tanto
Mas amo sem
saber a quem
Pois, um
dia, meu bem
Se à ti eu
pertenço
Não penso
Nem repenso
O que só me
faz apetecer
Uma brisa
calma
Uma clara
manhã
E um denso anoitecer
Ser assim
Só me mostra
o quão humana sou
O que também
me lembra
Que a amar
assim não estou
Porquanto não
encontrei
E não vivo a
procurar
Se um dia me
achares
Me avisa, amor
Porque a
vida é curta
O caminho é
longo
O destino é
fraco
E por amor
só se vive
E não se
sobrevive.
Júlia Helena
Nenhum comentário:
Postar um comentário