Algumas
analogias são tão óbvias e estão tão próximas de nós, mas não as enxergamos nem
a um palmo do nosso nariz. É impressionante como temos uma grande dificuldade
de conseguir encontrar soluções e abrir, sozinhos, novas janelas. O cotidiano nos
enfada, e acaba por confundir nossas mentes sobre o que é “ser” e o que é “estar”.
Talvez esta seja a questão mais intrigante dos nossos tempos, mesmo
sobrevivendo de forma obscura dentro de cada “mundinho”.
A verdade é que no final todos nós
sempre temos o mesmo objetivo. A luta pela vida neste universo é um eterno
protesto. Notemos, num protesto estamos todos reunidos em um determinado lugar
a fim de alcançar determinada meta (que geralmente acontece com a exigência de
mudanças).
Entretanto, cada um de nós leva um
cartaz com determinada reivindicação e tem sua própria forma de manifestar sua
voz, porém, sempre tentando seguir em harmonia com o grupo. O bom manifestante
tem sede de revolução, mas é pacífico e acompanha o percurso com todos os
outros. Mesmo encontrando alguns obstáculos nas ruas, eles não temem seus
ideais e utiliza a cautela como sua principal arma para superá-los.
Num protesto também encontramos os
vândalos, que tentam atenuar a força do grande grupo com seus atos insensatos e,
na maioria das vezes, prejudicam algumas pessoas que apenas estão passando por
perto do seu “bando”.
O fato é que, às vezes, cansamos de
protestar. Ficamos saturados, sem esperanças, e aquela ânsia selvagem perde
todo o sentido. Certos momentos, estamos no centro da multidão segurando o
nosso cartaz e sentimos como se estivéssemos sozinhos. Outrora, saímos de casa
com o intuito de levar vários cartazes com diversas frases diferentes, mas
sequer conseguimos segurar um deles. Então nos deparamos com o desespero de não
conseguir mostrar toda nossa eficácia.
É difícil decidir qual a frase que
queremos colocar no nosso cartaz. É mais complexo ainda entender o porquê de
uma pequena parte do grupo tentar destruir a consenso da força maior e toda a
beleza daquele aglomerado de vidas que clamam por um viver diferente.
A vida é uma viagem fantástica, a qual
não se sabe onde começou, o motivo porque acontece e quando termina. A única
certeza que temos é que não sairemos vivos desse trajeto ilusório. Por isso,
cada segundo deveria ser aproveitado como se fosse sempre o último e o mais
importante.
As decisões que guiam nossos desejos
parecem ser simples, só que nem tanto. Sentimos, porém não temos vontade de
expressão, ou apenas queremos esquecer que existe algo a mais dentro deste
corpo que pensa, fala e vos escreve.
O que diz o cartaz da sua vida?
Júlia Helena
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