E quem não se lembra da grande
apocalipse que aconteceria no dia 21 de dezembro de 2012? O dia marcado no
calendário maia para o fim do mundo. Pois é, o difícil de acreditar é que as
pessoas ainda insistem em marcar um dia no calendário para o fim do mundo. Poderia
decorrer todas as linhas que me restam citando quando os seres humanos
resolveram fazer uma previsão desse tal dia, até porque, como é característico
dos mesmos, tudo na vida deve ter um lucro. No mais, lembrar-vos-ia que
seriados, filmes, encontros, programas especiais, shows, enfim, muitas coisas
altamente “necessárias” para o grande dia que não aconteceu, foram garantidas
por alguns de nós.
A verdade é que todo dia surge
alguém com uma nova data para este evento. Ou dizendo que ele deveria ter
acontecido em ‘tal dia’ por causa de ‘tal coisa’. O que ninguém parou pra
pensar é que todo dia é o fim do mundo. Vivemos num sistema pacato de
compreensão, em que a tolerância se dá de acordo com seu status e capital. Oportunidade?
Diria que a palavra mais necessitada hoje em dia é sorte mesmo. Embora não
acredite tanto nas obras do acaso.
"Morremos um pouco todos os dias", o
que tecnicamente, é a lei natural da vida. Mas, ultimamente, mesmo com todo o
avanço da tecnologia e a possibilidade de uma boa longevidade para alguns,
parece que a nossa morte está se dando em maior intensidade. Vivemos para
lucrar e por causa do lucro. Neste novo mundo, é inaceitável gastar tempo com
aquilo que a alma clama e o corpo espera, obviamente, se não for te trazer
alguma vantagem.
As semanas se tornaram um ciclo nas
quais a sexta-feira é o milagre divino. Custe o que custar, fazemos de tudo
para alcançar essa graça o mais rápido possível- então, nossos dias se tornam
mecânicos- somos robôs coordenados involuntariamente pela nossa própria vida. O
estresse surge devido à monotonia e intolerância que nos cerca, o que não é
preciso haver uma comprovação para se saber que ambas são onipresentes.
O amor se tornou uma piada. Para os
jovens, aqueles seres mais dotados de alguma porcentagem a menos de sensaboria cotidiana, quem exprime esse tipo de sentimento são aqueles que não sabem “aproveitar
o melhor da vida”. Para os mais velhos, o amor é a farda diária que se veste e
não se aguenta mais nem vê-la banhada a ouro. Sendo assim, há uma troca constante
de quem se ama ou de quem se odeia. Não podemos esquecer também aqueles que
amam tudo e todos, que cada esquina está propensa a receber um “eu te amo”.
Milhares de mortes por motivos
fúteis diariamente. Entretanto, ainda é muito interessante lembrar todos os
anos da triste data do “11 de setembro”, em que o vigor de uma nação mundial
foi destruída. Guerra no Iraque, Síria, Rússia, Irã, Hiroshima, Nagasaki... que
nada! Afinal de contas, estas pessoas que estão nesses lugares não tem nada a
oferecer para o mundo mesmo. Não são vidas proveitosas.
Saúde, respeito, educação e
liberdade; algumas das coisas que deveriam ser fundamentais a nossa subsistência,
são proteladas para “quem merece”. Para quem não merece... Ah, é verdade, já
nasce com todos esses benefícios garantidos. Há quem diga que protestar contra
esse dilema é um ato desnecessário e insano. Afinal de contas, a corrupção é a nossa
prioridade maior.
Vivemos tudo isso diariamente. E a
cada segunda-feira um novo ciclo se recomeça, fazendo com que a mesma ansiedade
tome conta de nós para que possamos viver a sexta-feira. Por isso que sempre
digo: ultrapassar um sinal vermelho e dar aquela buzinada, não custa nada.
Júlia Helena
Nenhum comentário:
Postar um comentário