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Já é fato consumado. É um medo que me paralisa. Na verdade,
uma vontade de entorpecer por alguns instantes. Porque o temor agonia-me.
Assusta-me. Envergonha-me. Encanta-me.
Não sei de onde veio essa fascinação. Apenas compreendo que chegou, há
algum tempo, e veio pra ficar.
O brilho intenso dos teus olhos transmite-me o que eu jamais poderia
explicar em palavras. Os pensamentos conseguem ser muito mais fortes, embora as
ações sejam poucas. Olhos para acordar, olhos para dormir, olhos para amar.
Mas, os olhares ainda são cegos, não se propagaram pelo ardor que se passa nas
veias.
Corações mortos, pálidos e desajustados. É que amar é difícil.
Trata-se de uma tarefa autodestrutiva, e às vezes, sufoca e enfarta ambos.
Entretanto, eu aprecio os olhos. São tão mais sensatos que os
corações. Conseguimos conhecer um indivíduo inteiro por fisgar de olhares, o
que desperta minha timidez. Aposto que isso acontece em qualquer ser capaz de
dilatar suas pupilas.
Contudo, desconheço a minha raça. Trocam as vidas por qualquer pedaço
de pedra que brilhe, papel com números ou saquinhos de pó. Trocar olhares é tão
mais fácil e prazeroso...
Amar os olhos, talvez seja o sentimento mais sincero. Amar os teus
olhos, talvez seja o combustível de minha alma.