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Águeda- Portugal. Imagem Yahoo notícias. |
Guarda-chuvas ambulantes
De todos os lados
Nas ruas, afoites
Guardando as lágrimas do céu
Cada gota, cada poça
Cada pé, cada passo
Cada cabeça, cada mundo
Guarda-chuvas corriqueiros
Movem-se depressa
Pés ligeiros
Correndo no sentido do córrego
Que deságua no mar da aflição
Dia que mais parece noite
Sol que não se vê
Vidas passageiras nas calçadas
Passageiros vivendo nos
automóveis
Guarda-chuvas coloridos
Formas iguais
Funções semelhantes
E mesmos objetivos
Não se vê cara
Só se vê o mais caro
Coração nem se fala
O que vale é o ganha pão
Guarda-chuvas superficiais
Horas correm, tempo passa
Guarda-chuvas nunca param
E a água nunca cessa
Um dia um vento forte
Levou as hastes
Do guarda-chuva granfino
Do guarda-chuva branco
Do guarda-chuva preto
Do guarda-chuva rosa
Do guarda-chuva multicor
Só o que ficou foi o rastro de
lama
Por onde o guarda-chuva passou
De repente, então
A chuva parou.
Júlia Helena